terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Teatro

Na próxima quarta-feira, 10 de Fevereiro, há teatro... Não percam. O velho Bill. Sempre o velho Bill.

«Sonho de uma noite de verão»

"Uma história de amor atribulada, um grupo de teatro de Camponeses que tenta levar a cena a história de Piramo e Tisbe e o mundo mágico de Fadas e Elfos são os ingredientes naquela que já foi considerada das melhores peças de teatro de Shakespeare.
Grupo/Actores: Grupo Cénico da SOIR - Joaquim António D`Aguiar
Encenador: João Bilou"

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Tempos estranhos

John Terry foi para a cama com uma modelo francesa, ex-namorada de um companheiro de equipa, perdeu a braçaderia de capitão da selecção inglesa. Tiger Woods foi para a cama com duas ou três dúzias de mulheres, perdeu patrocinios e teve que suspender a actividade desportiva. Mrs. Robinson foi para a cama com um homem mais novo que ela, o marido auto suspendeu-se do cargo de primeiro-ministro.
Uma pergunta... tirando os envolvidos e, eventualmente, as respectivas esposas e maridos o que é que nós temos a ver com isso? E porque é que foram todos punidos na sua actividade profissional?
Raios partam este moralismo da treta.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Concertos na Capela

Ontem ao fim da tarde tive o privilégio de poder assistir a um recital de canto e alaúde na capela de um hotel da nossa cidade.
Pelo espaço de uma hora, uma voz que parecia vir de uma outra dimensão preencheu-me por completo, transportando-me para um lugar que conheço vagamente de outros tempos. Esse lugar, que a vida que escolhi me vai negando, chama-se tranquilidade.
Estavam presentes apenas dezassete espectadores. Três leituras deste número: primeira, há muito pouca gente cuja vida lhe permita desacelerar ao ponto de, entre o trabalho e a casa, poder assistir a um recital de canto e alaúde; segunda há um desinvestimento generalizado em tudo o que não cultura de massas; terceira, o facto de estar tão pouca gente tornou o momento ainda mais especial para quem lá esteve.
Obrigado ao Eborae Musica e principalmente a Joana Godinho, soprano, e a Helena Raposo, alaúde renascentista, por me terem transportado para um lugar melhor durante uma singela hora.

http://voxantiqua.jimdo.com/helena_raposo.php
http://voxantiqua.jimdo.com/joana_godinho.php

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Já passou

O período natalício já lá vai e está a chegar o desafio da passagem de ano. Dito assim parece que sou um corredor de 110 metros barreiras, sendo que as barreiras são as "comemorações" por obrigação da organização do calendário.
Este é um tempo com o qual lido mal, contraditório, com a razão a mandar-me ignorar os entusiasmos alheios e a memória implantada por quase 50 anos de "socialização" a agir de forma contrária.
Na próxima quinta-feira passarei a meia-noite fora do ambiente estritamente familiar, rodeado de gente que aprendi a conhecer melhor no ano que agora termina.
A insistência e persistência de um camarada especialista nisso mesmo, em persistência, vai fazer acontecer um jantar de fim de ano e uma ceia de ano novo e eu, apesar de preferir sempre a solidão nesses momentos, lá irei experimentar uma coisa mais radical.
Não sendo um sacrifício, confesso que a falta de hábito de festejar fora aquele momento (há 30 anos que o faço em casa) me deixa apreensivo sobre como me irei comportar.
Para completar o cenário, o famoso organizador anda a anunciar que irei ser DJ no momento musical do encontro.
Isto cria-me um problema adicional que posso dividir em várias dificuldades. Desde logo a falta de talento para a performance, depois o facto do meu gosto musical poder não corresponder àquilo que os meus amigos esperam e ainda a pequena questão de não saber como irá estar a minha disposição nessa noite.
Uma das coisas que mais admiro naqueles cuja profissão é, no essencial, comunicar com os outros é a sua capacidade de serem dois em um. O que comunica e o que está preocupado com as coisas mais comezinhas da vida, sendo que o personagem, tendo vida, não tem as coisas comezinhas.
Seja como for lá estarei para comer, beber, rir e fazer sair das colunas de som as minhas escolhas mais ou menos dançantes, mais ou menos óbvias e fazer o esforço de tentar não tocar na vulgaridade.
Se tudo correr mal durante aquela hora em que fingirei de artista, terei sempre os abraços solidários dos meus amigos e camaradas e uma açorda alentejana para a ceia. Espero que todos saibam como pode uma açorda ser reconfortante para um mau desempenho... seja de que performance for.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Prenda para a "mãezinha"



Este ano a minha mãe vai ter uma prenda especial. Encomendei na Oficina da Terra uma escultura que representasse a sagrada família: eu, os meus irmãos e a dama de ferro.
Entreguei ao Tiago e à Magda uma foto e tracei um breve perfil das personagens. O resultado foram uns bonecos fantásticos, cheios de hamanidade e sentido de humor.
Esta vai ser a prenda que vamos oferecer à minha mãe, que irá ficar zangadissima por fora e contentissima por dentro e nós vamos fingir que não percebemos e que somos uns incompreendidos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A minha prima Zulmira e a questão dos minaretes

A minha prima Zulmira anda zangada. Entrou casa dentro, afogueada e a gesticular contra aqueles parvalhões insensíveis que vivem lá para o meio da Europa rodeados de chocolates, relógios e bancos com contas secretas.

Então aqueles gajos lembraram-se de fazer um referendo para perguntar às pessoas se queriam proibir que se fizessem mais minaretes lá na terra deles?
É indecente, desumano e revelador de uma tacanhez mental que não lembra o diabo, dizia ela enquanto andava de um lado para o outro com as mãos nas ancas.
Que têm eles que se meter naquilo que há de mais íntimo da vida de cada um? Que direito tem a minha vizinha do lado de me dizer o que devo usar para chamar os meus devotos? Ora essa.
E lá foi ela porta fora a falar sozinha contra a insensibilidade e mau gosto dos suíços.
Quem diria que a minha prima Zulmira, sempre tão conformada e desatenta das grandes questões, leitora das revistas cor-de-rosa e seguidora de quatro telenovelas ao mesmo tempo, se iria indignar por causa dos minaretes que os suíços não querem que se façam.

Em http://pt.wikipedia.org/wiki/Minarete
Minarete (do turco minare,[1] por sua vez do árabe منارة ou مئذنة, transl. manāra, "farol") é a torre de uma mesquita, local do qual o almuadem anuncia as cinco chamadas diárias à oração. Os minaretes, que também recebem o nome de almádena, são normalmente bastante altos se comparados às estruturas que o circundam.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Serão...

Há muito tempo que não estava em casa a esta hora a uma segunda-feira. Há muito tempo que não levava com o Prós e Prós e desta vez, por razões que não vêm agora ao caso, a televisão está aos gritos e uns senhores engravatados dizem coisas engraçadissimas sobre a crise, as suas consequências e as saídas da dita.
Como se não bastasse um dos assistentes aqui em casa, acha que alguns são de esquerda e outros são de direita, uns são muito maus e os outros são quase bons.
Sei que deveria estar imbuído do espírito de tolerância próprio da época e da vivência em família... mas não consigo. Culpa minha.
Escolhi um CD da Joni Mitchell, coloquei os auscultadores e assim até consigo sorrir e ter um ar ligeiramente simpático.
Que excelente interpretação da senhora, num disco de 1979 com o título "Mingus", porque uma parte das composições são da autoria de Charles Mingus. Destaco em particular uma faixa "The Wolf taht lives in Lindsey", onde até o uivar do lobo em fundo me soa a música.
Assim, consigo sorrir enquanto os representantes da classe possidente vomitam as suas soluções para a crise. Essa mesmo. Aquela que resulta da existência deste sistema iníquo assente na exploração do homem pelo homem.
Este escrito está mesmo com uma liguagem nada modernaça. Apesar disso a Joni Mitchell canta divinamente, o Charles Mingus fazia música fantástica e a luta de classes existe.